domingo, 18 de junho de 2023

Nos levando além

A mente fala aleatoriamente sobre qualquer assunto da qual algumas vezes não tenho ciência, várias e tantas informações chegando sem parar de tudo e qualquer canto, da música ao silêncio, do barulho a fina ausência de ruídos, pois em até nos sonhos chegam situações embaralhando os monólogos que discuto comigo ao qual chamamos de pensamento: loucuras vindo de cada beco, vielas, ruas ou encruzilhadas, dos inconsciente coletivos transmitindo via rádios de frequências sintonizadas nas nossas cabeças como parabólicas ou redes de wi-fi deixando subentendido conversas normais que fingem duplo sentido onde uma faca cega que não corta é subvertido a um pau duro que não fura e mesmo o pau pode ser desentendido como um pedaço de madeira e a própria madeira pode ser também o órgão sexual fálico que não entra, e diante dos nossos moralismos numa vida social confusa mas cheia de graça, mistérios e belezas, me faço ao torto ainda que por vezes direcionando ao reto, contradigo, contorno, desentorto, erro e reflito: se mundo é louco, por que vou ser certo? Clovinhos

domingo, 23 de abril de 2023

No vento que me diz Com teus verbetes ninfomaníacos As cores nuas que te pinto Olho em teus olhos rabiscados a nanquin E me pregunto qual dos caminhos Quando dentro de ti Vou perder o rumo da minha vida No beco das tuas dores, dos teus gozos, Dos teus medos, das tuas glórias, Presto atenção nas palavras Do teu corpo que dizem de mim E aponta o busto e molha o colo, E respondo ao meu inconsciente Onde devo andar por sobre você, De lado, em cima, de quatro, em baixo (Quem é meia quem é nove): e você sou eu Desenhado de poesia Ou teu pensamento é meu Ou tá contigo o que é me ter Ou misturamos o prazer derramado da gente E nos sujamos de tinta ardente Embriagados no tinto Ou é devaneio difuso em nós Enquanto o sol aquarela nascente Ou nossa esquizofrenia um no outro A sós. Clovinhos
Corujas observavam tranquilas os transantes que estavam a solta pelo mundo que rodava procurando amantes junto ao céu de nuvens carregadas feito choro de bêbado com saudade de ex, encharcadas igual a tua xoxota que beijei de suave gosto em melaço na língua queimando em teu raspado pelo chupando tua macia carne enquanto a mão te desenha o corpo com farol acesso, pele em fino charme, coxa e bunda de delicada elegância uma maravilhosa escultura feminina de excitação firme e singular no deleite de enrigecer o pau pra se derramar no leite enquanto breve fosse porquanto teu gozo já veio ao entretanto entrando grosso e sorrateiro e os gemidos nos abraçar quando os olhinhos viravam a reta: varando a noite e enfiando a madrugada numa inesperada aventura... Clovinhos